Eterna novidade do mundo, 2015


Uma trama rítmica nos constitui. Dentro ou fora de nós, somos orquestrados e possuímos uma habilidade inata para medir o tempo. Independente da espécie orgânica, nos guiamos pelo mesmo ritmo do ambiente que nos contamina.


Albert Eckhout, um dos principais documentaristas do “Novo Mundo”, captou em suas pinturas uma série de naturezas mortas contendo frutas e vegetais tropicais nativos e cultivados em solo brasileiro, registrando o ritmo naquele momento. Apesar das intrincadas relações entre ideal e realidade em suas pinturas, captou o fruto daquele tempo numa construção simbólica, apresentando sua visão microscópica e potente como um instrumento para um olhar amplificado.


"Eterna novidade do mundo” é uma pesquisa que tem o desejo de atravessar a aparência ilusória, as qualidades físicas e intelectuais. Uma quase reconstrução de memória, silenciosa, que questiona e convida sobre o que não tivemos a oportunidade de refletir sobre aquilo que nos acompanha nesta trama rítmica da vida cotidiana, sobre o que engolimos sem nunca ter refletido e ainda, enquanto frutos com carnes e texturas distintas, o que podemos oferecer de gestos representativos de nossa essência neste ritmo de vida contemporânea.